sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ferida de Morte.

Me olho e nada vejo, me sinto escura por dentro.
O motivo?
Hoje tive de deixar meu pai no meio da estrada como uma árvore que não pode ser arrancada; tive de deixá-lo para trás como uma folha que cai e não se pode parar pra pegá-la (seria estupidez), e nos que antes pra mim eram festa hoje são sinônimos de tristeza e dor.
Não perdi só homem que me deu a vida mas o pai que me ensinou a viver, ele dedicou sua vida ao trabalho para nos alimentar e do seu suor saiu os nossos estudos e tudo que temos e somos.
Cresci o vendo lutar, nos momentos difíceis ele esteve e ontem o vi pedir ajuda com os olhos suplicantes e nada pude fazer, o perdi cedo demais, na verdade eu preferia ter ido pra não ficar sem ele, perdi o rumo, a direção.
O engano, a inocência e a injustiça de como ele morreu me doem.
Sinto inveja de quem pode abraçar o PAI, porque eu perdi o meu, perdi o chão e a razão de tudo,





Poema feito no dia 25 de julho de 2006, um dia depois da morte do meu pai: Luis Eugênio da Paz.

Leidiane Ribeiro da Paz

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